Primeiro álbum da Relespublica é lançado nas plataformas digitais

Written by on 30 de agosto de 2021

O primeiro álbum da Relespublica foi lançado em 21 de novembro de 1998 sob o selo Jethro Songs. São 12 canções, 11 de Fabio Elias e mais Neurastênico, de Betinho e seu Conjunto pioneiro do rock nacional.

O título é uma provocação, em forma de pergunta e exclamação, ao mercado (rádios, gravadoras. TVs) e as bandas que flertavam com a música eletrônica. Como lembra Fábio: “Coisa de roqueiro preconceituoso mesmo, mas a gente era assim. Causou impacto, sem dúvida.”

O disco quase virou lenda urbana. Entre projeto, produção resgate de fitas, finalização e lançamento, forma bons dois anos. No caminho a banda recrutou pistoleiros. Reforços que vestiram a camisa a camisa e entraram jogando.

O primeiro foi o tecladista Roger Gor, figura carimbada do underground. “A ideia era só uma participação no disco, mas na época, a banda tava numas de fazer shows de clássicos de blues e eu me encaixei”. Sim o Hammond de Gor caiu macio como uma lagrima. Ele ficou na banda.

Como a vos do Fabio estava rouca como a do urso Zé Colmeia, alguém precisava cantar. Homem de 7 instrumentos, Kako Louis saberia fazê-lo com seu vozeirão. Foi convocado a um ensaio. Malandro, se preparou bem “cantei em cima da voz do Fabio do jeito dele e em algumas faixas mais antigas, como Adeus e Capaz de Tudo, eu trouxe uma coisa do Daniel cantar. Os caras me convidaram e logico que eu caí para dentro na hora.”

Agora a Relespublica eram cinco caras.

A formação do quinteto se deu primeiro dentro do estúdio. Sobre as bases pré-gravadas. Kako e Gor incluíram suas partes no Solo Studio, com produção da própria banda e do mago Victor França. Quando a nova banda foi para o palco, deu química (em vários sentidos).

Segundo Abonico R Smith foi uma “ressureição de energia” da Reles que a botava de novo em seu lugar de “pequena grande banda do underground nacional”

O primeiro disco é a cara da Reles. Um misto de euforia criativa e grandes perrengues. Era pra ser uma coisa virou outra. Não era inovador. Era rock. Num paradoxo mod é uma antologia de estreia.

As músicas já eram hits de shows. Entre eles algumas das mais inspiradas canções como Sol em Estocolmo, Adeus, O Clarim e Capaz de Tudo. A época, Fabio disse que o disco saiu pois “estava entalado na garganta”. Gor disse que “a banda agora tinha um RG”. Era isso mesmo, a Reles tinha crescido e aparecido.

O lançamento foi um acontecimento cultural. Um show no Auditório do Largo, centro historio de Curitiba. Um dos personagens da época era Eduardo Fenianos, o urbenauta que percorreu todas as mais de 8 mil ruas de Curitiba. O filme com sua aventura na cidade passou no telão antes do show.

Nas noites anteriores, ele e abanda saíram pelas ruas na ‘urbenave” para divulgar o evento. Lembra o Fenianos: “Era o carro dos nossos sonhos que ia passando”.

Na plateia, todos receberam óculos sépia para ver o show com lentes retrô . Uma grande piração, entre as muitas que embalaram o lançamento de um disco que vendeu muito em pouco tempo: duas tiragens de mil copias sem nenhuma distribuição em um semestre. Vendidos nos shows e nas saudosas lojas de disco como Juke Box, 801 e Temptation.

O álbum teve repercussão nacional. Ricardo Alexandre no Estadão ”…um bom disco, em que prevalece a honestidade  em detrimento da originalidade. Rock’nRoll, blues, funk e soul. Metais gritantes, moog e teclados que recriam climas psicodélicos”.


Current track

Title

Artist

Background