Documentário ribeirãopretano “Maurina: o outono que não acabou” é premiado em Sevilha

Written by on 3 de fevereiro de 2023

O documentário “Maurina: o outono que não acabou” acaba de ser triplamente premiado no Festival Cinema Independente de Sevilha – SEVIFF, Espanha.

O três troféus são pelo reconhecimento de “Melhor documentário de longa-metragem”, “Melhor diretor de documentário de longa-metragem” e “Melhor diretor estreante de documentário de longa-metragem”. A cerimônia de premiação será realizada na cidade de Sevilha no final deste mês de fevereiro.

Produzido pela Kauzare Filmes, o documentário foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – PROAC em 2019 e também já foi selecionado em outros quatro festivais internacionais.

Conta a história real da freira Madre Maurina Borges da Silveira, ex-diretora do Lar Santana em Ribeirão Preto-SP, presa em 1969 pela ditadura militar brasileira pela acusação de um suposto envolvimento com a Forças Armadas de Libertação Nacional – FALN. Maurina foi a única freira presa no período de regime militar e sofreu diversas torturas físicas e psicológicas durante sua prisão, passando pela cadeia pública Cravinhos-SP, e pelas prisões de Tiradentes e Tremembé. Em 1970, acabou sendo extraditada para o México.

Para retratar a história em seus 85 minutos de duração, o documentário entrevistou ex-presos políticos de Ribeirão Preto e São Paulo que conviveram e testemunharam a rotina e torturas à Maurina nas prisões. Também contou com o depoimento de historiadores, jornalistas, religiosos e o próprio advogado de defesa da Madre. As entrevistas são intercaladas com imagens de arquivo e de reportagens da época, bem como animações e reconstituições com atores que dão vida à narrativa, reproduzindo os depoimentos e uma carta escrita pela própria religiosa enquanto extraditada no México.

O diretor do filme, Gabriel Silva Mendeleh, afirma que o objetivo do documentário é registrar e repercutir a história de Maurina, que ficou por muito tempo esquecida até na própria cidade onde vivia e foi presa. “É preciso preservar a memória das pessoas que sofreram e lutaram contra a ditadura no Brasil, para que nunca mais se repita”. Com a repercussão internacional, a equipe acredita que o filme terá ainda mais credibilidade e alcance para cumprir este objetivo.

O filme “Maurina, o outono que não acabou” segue ainda aguardando o resultado em outros festivais de cinema ao redor do mundo antes de estrear no Brasil. A data de estreia deverá ser confirmada em breve.


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